O rock é feminino

O que vou dizer aqui vai fazer arrepiar os milhares de fãs da cantora Miley Cyrus espalhados pelo o mundo: até ontem, essa que os fala, não conhecia essa talentosa cantora e que boa surpresa eu tive.

Ela começou o show com a música “We can’t stop”, algo bastante significativo já que – sendo amiga de Taylor Hawkins – cogitou a possibilidade de cancelar a apresentação, logo depois que soube da sua morte e só não o fez em respeito aos fãs que, se já idolatrava antes, com certeza agora, a amam de definitivo.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção quando ela entrou no palco foi a sua bolsinha, algo inusitado para uma atual cantora de rock, mas – ao longo do espetáculo – Miley não só mostrou o motivo pelo qual estava trazendo aquele acessório para o palco como reafirmou seu dom para quebrar paradigmas.

Criada para ser uma boa menina, um ser doce e seguir regras, a roqueira de ontem expôs o que aprendeu com a vida nos últimos anos. Do collant sex da Gucci que estava usando, ao rebolado que se encontrou em total sintonia com o da Anitta, quando ambas se uniram para cantarem o mais recente sucesso da cantora brasileira “Boys Don’t Cry“, Cyrus apresentou a beleza que é ter o domínio da própria vida, ter desejo e não abrir mão do direito de também se sentir desejada. Algo explosivo e contagiante.

Mas, assim como toda mulher, Miley Cyrus continua a ter seu lado sensível e ele não foi abafado no show. Ao falar sobre seu amigo Taylor, lágrimas vieram aos seus olhos e ela deixou que elas viessem. Se expôs e foi abraçada pelo público que, mais uma vez se conectou com ela, tornando aquele momento único entre eles.

Mas como ela sabe que o papel dela ali era trazer um pouco de alegria a nós, brasileiros, que estamos realmente necessitados disso, ela logo se recompôs. Lembra da bolsinha que citei no começo do texto? Então…ela veio para o palco porque continha as maquiagens dela e, como sabia que iria chorar, ela a retocou ali mesmo, na frente de todos. Mais original impossível.

E, depois desse retoque, a alegria realmente continuou com mais músicas (que voz sensacional), com mais presença única de palco e, até mesmo, um pedido de casamento, algo que os pombinhos, tenho certeza, nunca se esquecerão. Um show fantástico! Uma cantora sensacional! Bom…é inegável dizer que me tornei mais uma de suas inúmeras fãs.

Ana Horta

Jornalista especializada em arquitetura e decoração e pós-graduada em MKT. Há 12 anos é proprietária da Mão Dupla Comunicação, única agência em Minas especializada em arquitetura,decoração, construção civil e paisagismo. É também uma das idealizadoras do Décor Solidário, projeto social, sem fins lucrativos, que visa revitalizar instituições carentes por meio da decoração.