A história do RAP

A sigla RAP provém da expressão em inglês Rhythm and poetry, que significa ritmo e poesia. A própria expressão já diz tudo. O rap é uma combinação de ritmos com uma forte expressão nas letras. Usado para dar opiniões e denunciar situações sociais, o estilo musical vem ganhando força e espaço nos últimos anos, principalmente no cenário nacional.

Sendo uma vertente do hip hop, o rap tem uma origem de luta e resistência. Com batidas fortes, discursos impactantes e pouca melodia, muitos artistas hoje, representam esse universo. O movimento também conta com outras expressões artísticas urbanas, como o break dance e os grafites.

Como surgiu

A história do rap nasce no gueto, em terras jamaicanas na década de 1960. O estilo musical ganhou impulsionamento após os grupos de música adquirirem equipamentos sonoros capazes de amplificar o som. Dessa forma, eles colocavam os amplificadores nas ruas, onde qualquer pessoa podia se divertir escutando as músicas. O teor democrático desse estilo já estava presente desde sua criação.

Quem organizava essas festas geralmente eram djs que animavam o público com frases rimadas e um ritmo reggae. As letras, na época, falavam sobre diversão, sem muito compromisso com discursos impactantes.  Depois de um tempo, questões sociais e de viés político se tornaram tema central das rimas, e quem sentia vontade de rebater as ideias, era livre para soltar os versos. Foi daí que nasceu a expressão “batalha de rimas”, muito presente nos encontros atuais do rap.

No mesmo período, o beatbox surgiu. Consiste em uma técnica, em que os artistas utilizam a própria boca para reproduzir efeitos sonoros. Dessa maneira, os rappers não necessitavam de um equipamento de som para acompanhar as letras.

No começo dos anos 70, a Jamaica sofre uma grande crise social e econômica. Vários jovens resolveram, então, ir para os EUA, mais precisamente em Nova York. Os jovens carregavam em suas bagagens, esse novo estilo musical, os equipamentos necessários e a música falada. O DJ Kool Herc, foi um dos percursores que introduziu esse estilo musical e seus diversos elementos nos Estados Unidos.

Já na década de 1980, o rap se mistura com outros estilos musicais, dando origem a novos gêneros como o raggamufin (uma mistura com reggae), o acid jazz e o dance rap. Logo após, surge o gangsta rap, com letras que explicitam as violências das ruas e os acontecimentos dos guetos. Esse novo estilo é representado por Snoop Doggy, Cypress Hill, Public Enemy, entre outros. Nas letras desses artistas, podemos observar a denúncia das injustiças e das desigualdades da população menos favorecida, servindo como protesto social e elevando a voz do povo mais pobre.

O estilo musical que nasceu na Jamaica, começa a fazer sucesso no país norte-americano, principalmente em bairros suburbanos, contendo as reivindicações do povo americano e as gírias dos guetos.

No Brasil

O rap chega ao Brasil em meados de 1986 e a primeira evidência do estilo foi em São Paulo. As apresentações costumavam acontecer no Teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Na época, o rap não era bem aceito entre a população por ser considerado um ritmo típico das periferias e por associarem as letras à violência.

O estilo musical começa a ser aceito no Brasil só na década de 1990. Foi quando as rádios começam a dar atenção a esse estilo. Logo em seguida, novos artistas surgem, representando o rap no país. Racionais MCs, Pavilhão 9, Detentos do Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet Hemp e Gabriel, o pensador, foram os principais percussores do rap no Brasil.

O estilo se populariza aqui como a “poesia das ruas” e se mistura com outros gêneros musicais, como funk, rock, maracatu e o mague beat. O grupo Nação Zumbi representa bem essa mistura de estilos.

A relevância social presente no rap brasileiro é um ponto muito importante. Muitos artistas incentivam, por meio de suas letras, os jovens a se afastarem da criminalidade. As letras impactantes de luta e superação é uma chave para crianças que crescem em meio à violência das periferias. O rap trouxe perspectiva e evolução, e tem crescido cada dia mais no Brasil.

Oi!! Meu nome é Bárbara Sayuri Watanabe. Sou estudante de jornalismo, estagiária do Portal Gama e fotógrafa (@barbarasayurifotografia). Tenho uma paixão enorme em consumir e criar arte!

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