Eu te amo, Gal

Como prometido, hoje posto meus dois desenhos em homenagem à Gal Costa feitos aos 16 anos, no longínquo ano de 1996. Ali, eu estava extasiada pela MPB e pelas artes de uma maneira geral, vivendo paixões platônicas por muitas mulheres talentosas.

Sim, desde nova tenho a sapiossexualidade aguçada. Muitas vezes sonhei com os lábios da Gal. A boca marcante de batom vermelho, que eu também uso e gosto, abrindo para sair uma voz límpida, numa agudeza política envolvente e sexy.

Meus Dias de Domingo receberam outra conotação com o dueto dela com o Tim Maia. Muitas vezes senti a Força Estranha de uma menina virando mulher ao som de Gal na quase nudez da Índia tatuada com minhas iniciais. Sensações de algo Não Identificado subindo pelo meu corpo.

Os presentes de Folhetim, os Banhos de Cheiro idealizados, a Sorte de ouvir tanto repertório bom passando pela Vaca Profana, pela morenice sensual de Gabriela, pela flor da pele do Vapor Barato, pelos seios nus na cara do Brasil e pelo duelo da voz de Gal com a guitarra na música que leva o nome dela.

Meu Bem e Meu Mal nas crises típicas de quem traz sombra e luz na alma, mais intensas na adolescência. Alguém me Disse que me perder nas melodias é um Dom de Iludir, ah, Gal, Você Não Entende Nada de uma moça desabrochando para o amor sentindo o Bloco de Prazer pulsando dentro do peito e sob as vestes.

Sim, já fui Apaixonada por você, As Borboletas no meu estômago voavam coloridas e, Gal, Chega de Saudade, você partiu, mas, para a nossa Felicidade, sua música te traz de Volta para nós. O Amor por Mim cantado por você segue em mim Eternamente. Estou de Luto, mas Vida que Segue graças a você.

Michelle MKO

44 anos, mulher, professora, artista, chargista, projeto de escritora, pisciana , portanto sonhadora e chorona, lésbica e mãe, adoradora de gatos e detestadora de injustiças sociais.