Política
violência política Arte via Twitter/ @tesoureiros

Política de ódio

Com as eleições se aproximando, bolsonarismo promove casos de violência e perseguição política. 

Por Bárbara Sayuri 

Por +Gama

A escalada de violência política cresce a cada dia que se aproxima das eleições. É estimado que existe – pelo menos – um caso de agressão promovida por bolsonaristas por dia. 

Na semana passada, um pesquisador do Datafolha foi agredido a socos e chutes por um apoiador do Bolsonaro no interior de São Paulo, esse caso aconteceu no dia 21. Mas nos dias anteriores, foram registrados agressão a um idoso em Areia Branca (RN), um prédio com a bandeira do ex-presidente Lula exposta na varanda, foi alvo de tiros em Recife e um vereador do PT de Porto Alegre recebeu ameaças por mais um bolsonarista durante uma panfletagem na rua. Isso tudo no intervalo do dia 18 ao dia 21. 

violência política
Apartamento expondo bandeira do Lula foi alvo de tiros. Fotos: Divulgação

Recentemente, mais três casos de violência política foram registrados. No dia 24 (sábado), bolsonarista atacou uma jovem com pauladas após vítima fazer crítica ao presidente em bar. Domingo, dia 25, o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) foi alvo de um atentado a tiros por arma de fogo. Nas redes sociais, Guedes denunciou que um policial militar bolsonarista à paisana atirou três vezes no carro de som em que ele estava. Ninguém foi atingido.

Hoje, dia 26, um homem invadiu bar no Ceará, perguntou quem votava no Lula e esfaqueou e matou eleitor de Lula. O caso está sendo investigado pela Delegacia Metropolitana do município de Cascavel.

Vale lembrar, também, os casos de Marcelo Aloizio, petista, morto a tiros no dia 10 de julho, em Foz do Iguaçu (PR) e Benedito dos Santos, assassinado a facadas no dia 09 de setembro. Os dois assassinatos foram cometidos por apoiadores de Bolsonaro. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, citou o risco de violência política na eleição deste ano e determinou a suspensão de decretos de Bolsonaro, que facilitam a compra e porte de armas. O ministro escreveu: “Temo que o início da campanha eleitoral exaspera o risco de violência política”.

Essa ameaça à democracia chamou a atenção da ONU. No dia 22, quinta, especialistas da ONU pediram que as autoridades brasileiras garantam que as eleições sejam pacíficas. Alertaram que ameaças, intimidação e violência política, incluindo ameaças de morte contra candidatos e candidatas, continuam a aumentar e demonstraram grande preocupação com os ataques que têm acontecido. Também focaram que desinformação, discursos de ódio e incitação de candidatos a apoiadores, podem desencadear violência. 

Estratégia 

As pesquisas de intenção de voto divulgadas têm mostrado o ex-presidente Lula à frente de Bolsonaro, revelando inclusive a possibilidade de vitória do petista no primeiro turno. Na viagem à Inglaterra, em que Bolsonaro foi ao funeral da rainha Elizabeth II, ele afirmou que se não vencer no primeiro turno com mais de 60% dos votos “algo de anormal” terá ocorrido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Devido ao histórico (nada curto) de declarações falsas e violentas, parece que o resultado das urnas será contestado pelo presidente e seus apoiadores. 

O clima crescente de tensão e medo passou a exigir que exista um esquema de segurança especial, inclusive para quem trabalha nas urnas. Em pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Raps mostrou que 67,5% dos eleitores têm medo de serem agredidos pela escolha política. A pesquisa também mostrou que o percentual é mais elevado entre mulheres (71,8%), entre eleitores das classes D/E (71,5%) e entre pretos (73%). 

É preciso lembrar que essa incitação à violência, também é estratégia para aumentar a abstenção de eleitores. Em pesquisa do Datafolha, 9% dos entrevistados admitiram não votar por medo. Mas, para que esse pesadelo termine em primeiro turno, é importantíssimo aplicarmos o nosso direito ao voto de forma útil

Se cuidem e protejam os seus. Não se exponham e evitem sair fazendo referências à algum partido político. A mudança vem do seu voto. É nosso dever tirar o genocida do poder.

Fora Bolsonaro!

Bárbara Sayuri Watanabe

Me chamo Bárbara Sayuri Watanabe. Sou estudante de jornalismo e comunicação social, estagiária do Portal Gama e também atuo na Mão Dupla Comunicação. Sou artista, apaixonada pela área das artes visuais, mas também tenho uma queda por todas as outras. 

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