Educação
afrotransgressora

Afrotransgressora

Infelizmente, a malha estrutural das instituições de ensino segue preceitos enraizados em práticas que ignoram as diferenças.

Por Fernanda Rodrigues de Figueiredo

Por +Gama

A Educação Afrotransgressora vem de um neologismo em que o prefixo afro refere-se à filosofia ubuntu da África que pode ser resumida na filosofia “somos porque somos todos nós”. Transgressora remete à etimologia da palavra “transgredir” que vem do Latim ‘transgridi’, que significa “ir além, ultrapassar limites.

Esta pedagogia pensa na educação como um processo de construção social que se passa na escola, nas famílias e em outros espaços educativos.

A Educação Afrotransgressora é um conceito que trabalha em sua prática pedagógica a filosofia africana Ubuntu – que prima pela conquista conjunta e solidária – e utiliza multiletramentos e novas tecnologias aliadas às culturas presentes na sociedade.

É uma educação totalmente inclusiva que traz pautas importantes de respeito à diversidade e às alteridades: população negra, indígena, deficientes, LGBTQIA+… Ou seja, uma educação que combate todas as formas de exclusão.

As atividades buscam integrar as novas tecnologias às questões culturais, à diversidade e à inclusão.

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Vão além do conteudismo para proporcionar estímulos cognitivos, socioemocionais, das múltiplas inteligências valorizando o que tem de melhor nos seres humanos e os reconectando à natureza de Ubuntu (somos porque somos todos nós).

Qual a importância da Educação Afrotransgressora?

Tais conceitos são imprescindíveis para garantir a inclusão de estudantes cuja trajetória na escola (e, posteriormente na academia) é marcada pela exclusão.

Bell Hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins, é uma autora, professora, teórica feminista, artista e ativista social estadunidense. Ela diz: “o aprendizado, é um lugar onde o paraíso pode ser criado”. A sala de aula com todas suas limitações continua sendo um ambiente de possibilidades.

Infelizmente, a malha estrutural das instituições de ensino segue preceitos enraizados em práticas que ignoram as diferenças. Para modificar as práticas, devemos nos deslocar do lugar comum abrindo, assim, caminhos para a inclusão real de alunos AEE, ou seja, que necessitam de atendimento educacional especializado, negros, indígenas, quilombolas, LGBTQIA+ e todos os demais grupos que buscam respeito ao seu pertencimento identitário.

A Educação Afrotransgressora é, antes de tudo, a esperança de uma educação inclusiva e transformadora, que acolhe e ressignifica a sociedade e seus valores.

Fernanda Rodrigues de Figueiredo

Fernanda Rodrigues de Figueiredo

Docente e pesquisadora das áreas de educação e literatura, conta com 18 anos de experiência. É professora da rede pública, coordenadora pedagógica no IAPEMI e pesquisadora do site Literafro/NEIA/UFMG.

Mestra em Estudos Literários UFMG, graduada em Letras e Pedagogia. Possui Especialização em Neuropsicopedagogia; AEE Educação Tecnológica; Pedagogia digital; Supervisão; Novas Tecnologias; Gestão Escolar Integradora e Sexologia.

Site: www.iapemi.com.br
Link do currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1478959820947245

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