Compras online

A internet faz parte do cotidiano de inúmeras pessoas há algum tempo, mas, neste período de pandemia, foi intensificada a inserção das pessoas no mundo virtual, fazendo com que, mesmo os mais desconfiados, rendessem-se ao mundo virtual e às suas facilidades.

De acordo com os dados coletados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vem crescendo o número de brasileiros que realizam suas compras via internet.  Entre 2013 e 2019 o número de pessoas que costumam fazer compras utilizando a rede mundial de computadores subiu de 23% para 42%. O aumento se deve a preços mais acessíveis e à maior praticidade, os consumidores gozam desses fatores que são grandes atrativos principalmente em tempos de pandemia.

Em datas comemorativas, as compras on-line normalmente têm significativo aumento e, neste momento de isolamento social, se você tem intenção de adquirir algum produto pela internet, tenha especialmente atenção.

O consumidor que não deseja ser ludibriado por criminosos deve ficar atento e seguir algumas das orientações sobre técnicas básicas de prevenção. A Polícia Civil de Minas Gerais traz algumas orientações que merecem ser conhecidas, a saber:

• Utilize um terminal (computador, celular, tablet…) seguro.
• Leia todas as descrições do produto e faça uma pesquisa de mercado, comparando o preço do produto ofertado no site com os valores divulgados em outras lojas. Desconfie, se ele for muito baixo.
• Verifique, de forma minuciosa, o endereço (URL) do site em que está comprando. Os sites falsos possuem domínios bastante similares aos verdadeiros; por exemplo, a URL do site oficial da loja Ricardo Eletro é www.ricardoeletro.com.br, enquanto a de um site falso pode ser www.lojaricardoeletro.com.
• Evite clicar em links que te direcionam direto para os sites compras. Esses sites podem ser falsos e conter malwares (software nocivo) capazes de copiar dados sigilosos (pessoais ou de cartões de crédito e senhas), com o intuito de aplicar golpes, e também instalar um vírus no terminal, dando total acesso aos bandidos. Digite o endereço da loja oficial direto no navegador.
• Se o site onde você pretende comprar termina com.br, faça uma pesquisa sobre o seu titular em www.registro.br.
• Tenha muito cuidado com as superpromoções e ofertas tentadoras (passagem aéreas muito baratas, programas de milhagens, brindes de lojas, etc.) que recebemos por e-mail ou por meio das redes sociais. Os links dessas promoções também podem nos direcionar para sites fraudulentos e também conter malwares.
• Localize também o ‘cadeado do navegador’. Um site seguro apresenta o desenho de um cadeado ao lado da URL (lembre-se: endereço virtual do site). Ao clicar nele, será exibido o certificado de segurança.
• Analise a aparência da página. Um dos primeiros aspectos que devemos observar antes de realizar uma compra pela internet é o visual da página da loja. Se o site não possui um bom layout, apresenta muitos erros de português ou parece ter sido criado às pressas, desconfie.
• Verifique se há um CNPJ cadastrado e valide os dados no site da Receita Federal. Um dos principais diferenciais entre uma loja real e uma fraudulenta é a existência de um CNPJ, que é obrigatório para empresas funcionarem legalmente e, sem ele, não é possível emitir notas fiscais. Se o site não possui CNPJ, desconfie.
• Veja se o site tem CANAL DE RECLAMAÇÕES e POLÍTICAS DE TROCA. A existência de formas diretas de comunicação entre o consumidor e a loja demonstra o comprometimento desta, além de facilitar o contato do cliente, caso ocorra algum problema com a mercadoria.
• Verifique a lista de sites reprovados pelo PROCON5.
• Confira a reputação da loja. É de suma importância verificar a opinião de outros clientes em relação ao site, principalmente em portais de reclamação de consumidores, como o Reclame Aqui, redes sociais, entre outros.
• Proteja o seu pagamento; escolha a forma de pagamento mais adequada e segura para você (NIC.BR/CGI.BR, 2018).

Existem muitas fragilidades no mundo virtual e, como estamos conectados o tempo inteiro, em todos os lugares, ficamos mais vulneráveis. Antes as pessoas esqueciam-se de fechar a porta da casa, hoje abrem as portas de suas vidas em suas redes sociais, whatsapp dentre outros ambientes virtuais.

É certamente indubitável os benefícios que a internet trouxe para a vida moderna, porém, também é um ambiente propício para a prática de atividades ilegais e criminosas, atingindo aqueles usuários descuidados ou aqueles que apresentam alguma vulnerabilidade.

A definição de crime cibernético segundo a empresa Norton by Symantec, líder de mercado de segurança, constituiu em:

“Tal como a criminalidade tradicional, a cibercriminalidade pode assumir muitas formas e pode ocorrer a qualquer hora o lugar. Os criminosos cibernéticos usam métodos diferentes segundo suas habilidades e seus objetivos. Esse fato não deveria ser surpreendente, afinal, o crime cibernético é nada mais que um ‘crime’ com um ingrediente ‘informático’ ou ‘cibernético’.”

Para evitar transtornos, decorrentes das compras de final de ano, os consumidores devem ficar atentos, pois, é exatamente em datas comemorativas, como o Natal, e datas promocionais, como a Black Friday, que a prática de golpes por criminosos se intensifica.

Contudo, para aquele consumidor com dificuldade de tomar essas precauções ou que se sentem inseguros com as compras on-line, lembre-se que ainda se pode optar por realizar as compras da forma convencional, desde que cumpridos os requisitos e recomendações a serem seguidas tanto pelo consumidor quanto por fornecedores. Os protocolos de prevenção devem ser seguidos buscando dar mais segurança aos clientes e usuários, garantindo o controle da circulação do Covid-19 e as festividades.

Meu nome é Anderson Jaques, casado com a digníssima Thalya Jaques e pai do pequeno gênio Aaron Jaques. Sou Graduado em Investigação Forense e Perícia Criminal, pós-graduando em Direito Penal e Processual Penal e Bacharelando em Direito.

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