Cultura
friends Foto: Divulgação

Bons tempos aqueles

Com a “volta” de Friends, abre-se um questionamento. Por que somos tão nostálgicos?

Por Guilherme Kentish

Por Luiz Renato Barbosa

Já tinha um tempo que eu queria dar uma pincelada sobre a Indústria da Nostalgia, mas não encontrava o timing ideal. E aí o trailer da reunião de Friends foi divulgado 19 de maio. Bingo!

Uma das sitcoms mais bem sucedidas da história, Friends terminou em 2004, na 10ª temporada, totalizando 236 episódios. Apesar disso, nunca deixou de habitar o imaginário e o coração de milhões de pessoas. Foi reprisada repetidas vezes, com seus seis protagonistas gozando até hoje de grande apreço por parte do público e da mídia.

Quem nunca cantarolou Smelly Cat, grande Hit de Phoebe Buffay, ou gargalhou com as trapalhadas dos amigos Joey Tribbiani e Chandler Bing, se divertiu com as manias de Monica Geller e torceu para um final feliz do casal Ross Geller e Rachel Green? São personagens que entraram nas casas das pessoas de tal maneira que dá a impressão que fazemos parte da turma.

Para se ter uma ideia do tamanho do fenômeno Friends, só nos Estados Unidos 22 milhões de pessoas assistiram o primeiro episódio da série, que foi ao ar no dia 22 de setembro de 1994. Já o final da série, exibido em 6 de maio de 2004, teve uma audiência de 52,5 milhões te telespectadores.

E os números não param por aí, Friends é o 4º programa mais visto da história da TV Americana, além de concorrer a vários prêmios como o Emmy Awards, o Oscar da televisão, onde foi indicada por 63 vezes, vencendo 6. A série também teve 10 indicações ao Globo de Ouro, conquistando 1 estatueta. A siticon também ganhou um American Comedy Award, um GLAAD Media Award, um Golden Globe Award, três Logie Awards, seis People’s Choice Awards, um Satellite Award e um Screen Actors Guild Awards. É prêmio que não acaba mais.

Sem falar nas cifras. A venda dos direitos de exibição dos episódios de Friends nos Estados Unidos movimenta mais de US$ 1 bilhão por ano. Em outras palavras: Friends ainda é muito relevante. E por isso, muito lucrativa. Mas exatamente por quê? As pessoas ainda gostam da série só por a acharem engraçada? Improvável.

A capacidade de Friends em ativar a nostalgia nos espectadores, despertando sensações e lembranças agradáveis, é determinante para o seu consumo prolongado – e para os milhões de dólares que ela gera quase 20 anos após seu término.

Claramente, isso não é exclusivo da série. Afinal, estamos falando de uma indústria. Pense: quantos reboots, remakes, prequels, sequels e spin-offs você viu serem lançados nos últimos anos? Foram inúmeros.

E nem sempre precisam ser franquias consagradas. Stranger Things, que traz à tona todo o universo dos anos 80, não me deixa mentir. A trama se passa no ano de 1983 e conta a história de um grupo de pré-adolescentes que partem em busca de um amigo desaparecido e mergulham em um mundo de mistérios e acontecimentos sobrenaturais.

A nostalgia é mais que um sentimento. Ela é um mercado. E dos bons.

Formado em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas. Desde 2018, atua no mercado como redator publicitário, tendo passado por diferentes agências.

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Luiz Renato Barbosa

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