Política

A esperança é vermelha

Os passos firmes e empolgados dos jovens e os passos firmes e lentos dos idosos seguiam o percurso da esperança.

Por Michelle MKO

A imagem captada do alto dimensiona um trecho do mar vermelho da esperança.

 Neste último domingo, dia 9 de outubro, Belo Horizonte recebeu Lula com os braços e os corações abertos. A multidão vermelha marcou com esperança as esquinas e vias da cidade. Da Praça da Liberdade à Praça Tiradentes, o mar vermelho de gente desceu a Avenida Brasil cantando e entoando palavras de esperança.

Desce o rio vermelho da esperança pela Avenida Brasil.

Lula chegou depois de conceder uma coletiva à imprensa. Subiu no carro aberto com o microfone em riste conclamou a grande multidão a cultivar a esperança e lutar pelo nosso Brasil. Em um carro seguia Lula, Reginaldo Lopes, Rogério Corrêa e outros companheiros de militância.

Em outro carro, igualmente abraçada por BH seguia a deputada Duda Salabert e outros mais. O carinho da multidão ajudou a amenizar o desconforto que Duda sentia devido às inúmeras ameaças de morte que ela vem sofrendo. Durante todo o simbólico trajeto Lula dançou, cumprimentou muitas pessoas e incentivou a luta por um Brasil melhor. A emoção de fazer parte deste momento ainda retumba em meu peito. Minha filha e meu sobrinho ali emocionados com a vibração da manifestação. Havia muitos jovens, muitos idosos, todos vestidos de esperança. E a esperança é vermelha. Os cabelos de todas as cores, dos brancos e grisalhos aos coloridos dos jovens.

Esperança
Eu, meu sobrinho e minha filha. Duas gerações em meio a tantas outras ali presentes.

Os passos firmes e empolgados dos jovens e os passos firmes e lentos dos idosos seguiam o percurso da esperança. O brilho nos olhares era lindo, como lindos também eram os sorrisos. Quanta diversidade! Quanta cor e quanto amor! Os tambores, os pandeiros e os instrumentos batiam mais baixo que nossos corações. Pelas janelas dos prédios da Avenida Brasil havia aplausos e vaias.

Lula em carro aberto na caminhada da esperança.

Alguns moradores tentaram apresentar a Bandeira do Brasil como resposta ao mar vermelho de gente e sabe o que ouviram da multidão? A bandeira também é nossa. É isso. A bandeira é nossa, o país é nosso. O Brasil é de todos e por isso precisa de alguém que governe para todos e este alguém é Lula.

 

Chico Buarque e Lula empunham a Bandeira Nacional antes do discurso final.
Chico Buarque e Lula empunham a Bandeira Nacional antes do discurso final.

Ao final, Lula, Chico Buarque e outros presentes falaram à multidão. Lula lembrou da importância de Minas Gerais no cenário político e democrático na história do nosso país. Houve um momento em que ele falou emocionado que Tiradentes, um dos expoentes da nossa história foi morto, torturado e esquartejado, mas que suas ideias seguiram vivas e seguem até hoje. Falar de uma atitude tão violenta quanto essa que Tiradentes enfrentou é uma maneira de sensibilizar as pessoas sobre a truculência e a violência que têm crescido vertiginosamente nos tempos de Bolsonaro. E falar que as ideias e os ideais de liberdade e independência perduram e vivem através dos tempos e mesmo após a morte do corpo físico é importante. É forte esse pensamento, essa constatação. Melhor seria que não houvesse medo, violência ou ameaça à integridade física e emocional, mas, importante dizer que, mesmo que a barbárie exista, existe ainda mais forte o desejo de luta por uma sociedade com menos desigualdade e com mais amor. E, como disse Chico Buarque, vai passar e amanhã vai ser outro dia.

 

Foto

Michelle MKO

44 anos, mulher, professora, artista, chargista, projeto de escritora, pisciana , portanto sonhadora e chorona, lésbica e mãe, adoradora de gatos e detestadora de injustiças sociais.

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