Turismo

Rumo à África do Sul

Viajar não é luxo. É necessidade. Me dei conta disso depois dos 30. Mais especificamente, em 2007, quando comecei a viajar pelo mundo. E, ao contrário do que muitos podem imaginar, não foi pelo desejo de conhecer novas culturas, outras paisagens, experimentar novos sabores. Foi por raiva. Isso mesmo. A partir daí, desenvolvi wanderlust – […]

Por Júnia Leticia

Viajar não é luxo. É necessidade. Me dei conta disso depois dos 30. Mais especificamente, em 2007, quando comecei a viajar pelo mundo. E, ao contrário do que muitos podem imaginar, não foi pelo desejo de conhecer novas culturas, outras paisagens, experimentar novos sabores. Foi por raiva. Isso mesmo. A partir daí, desenvolvi wanderlust – se é que esta palavra pode ser usada desta forma. De origem alemã, ela significa um desejo intrínseco e profundo de viajar.

Mas, voltando à raiva… Trabalhar é bom, apesar de muitos discordarem. Além do nosso sustento, possibilita nosso burilamento como ser humano. A palavra é feia, mas como não há sinônimos perfeitos, as outras não conseguem expressar a intensidade substantivo derivado do verbo burilar. Bom, mas voltando ao processo em si… por vezes, esse burilamento pode ser excessivamente penoso, e foi o que aconteceu comigo. Estressada, esgotada (na verdade, puta) por circunstâncias do trabalho, decidi viajar. Mas não seria uma viagem qualquer. Ficaria um mês na Austrália.

Assim, decidida, fui a uma agência de intercâmbio para resolver tudo e achei que estaria tudo resolvido. Mas, faltando um mês para minhas férias, me avisam que não haveria tempo para tirar meu visto. Chorando de raiva, retornei para casa e, no caminho, vi outra agência e, mais que depressa, entrei. Lá, me orientaram a ir para a África do Sul, país que nunca havia pensado em ir. Na verdade, nunca havia pensado em visitar nenhum outro lugar que não fosse o Brasil.

Lá me falaram das maravilhas da Cidade do Cabo, me mostraram as paisagens e eu topei. Afinal, precisava viajar. A opção que me foi apresentada era ficar no apartamento de um senhor, de 61 anos, que vivia com sua gata, e que adorava receber estudantes de todo o mundo. Juntei o que tinha na poupança, paguei e lá fui eu. (Ah, optei pelo intercâmbio para poder interagir com as pessoas, mesmo mal sabendo o beabá em inglês).

A escala foi em Paris, no gigantesco Aeroporto Charles de Gaulle. Acho que meu estresse com o trabalho era tão grande que facilmente consegui me movimentar, mesmo tendo 32,38 quilômetros quadrados, mais que o dobro de área do Aeroporto de Guarulhos, maior do Brasil, com 14 metros quadrados. Então, sem muitas dificuldades, depois de andar um pouquinho (tipo “ali” de mineiro), descer escadas rolantes, pegar um trenzinho (sim, no significado literal da palavra; não “trem” de mineiro, que significa tudo menos trem de verdade; até porque trem aqui a gente chama de metrô) e um ônibus, cheguei ao avião.

Pronto! A pior parte tinha passado. Pelo menos era o que eu achava…

Semana que vem tem mais. 🙂

 

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Júnia Leticia

Jornalista pós-graduada em Comunicação Empresarial, redigiu matérias para veículos diversos, como os jornais O Tempo e Estado de Minas. Os textos publicados neste último veículo lhe conferiram o Prêmio Abracopel de Jornalismo, da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos a Eletricidade (edições de 2010 e 2012) e troféu referente ao Prêmio Abecip de Jornalismo (2011), conferido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. Também possui experiência em assessorias de comunicação, como da Fundação de Ensino de Contagem (Funec), Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-MG), Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) e Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).

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