Turismo

Buda ou Peste

Buda é mais bonito que Peste. Sim, este texto já começa com um spoiler. Confesso que Budapeste não era um dos destinos mais latentes que eu tinha em mente quando imaginava viajar pela Europa. Quando pensava na região, sempre me lembrava das minhas aulas de história, nas quais descobri que o estopim da Primeira Guerra […]

Por Paloma Chierici

Buda é mais bonito que Peste. Sim, este texto já começa com um spoiler. Confesso que Budapeste não era um dos destinos mais latentes que eu tinha em mente quando imaginava viajar pela Europa. Quando pensava na região, sempre me lembrava das minhas aulas de história, nas quais descobri que o estopim da Primeira Guerra Mundial foi a morte do príncipe do Império Austro-húngaro e, quando decidi visitar a cidade, me deu certa emoção por estar na região que eu estudava nos livros.  

Nuca fui uma viajante aplicada, dessas que fazem um extensa pesquisa sobre o lugar que vai conhecer. Então, cheguei a Budapeste sabendo que, naquela região, tinha vivido o príncipe cuja a morte deu início à primeira grande guerra. Também soube, em uma rápida pesquisa no Google no Wifi do aeroporto de Amsterdam, que a cidade estava dividida pelo rio Danúbio: de um lado ficava Buda e do outro, Peste.

Chegando, vi uma imensidão de neve. Fui em janeiro e a paisagem estava toda branquinha. Queria logo saber de que lado estava, Buda ou Peste? Não me atrevi a perguntar a ninguém e nem entendia as placas. Húngaro não é um idioma fácil, definitivamente. Só fui descobri que estava em Peste no meu segundo dia por lá. A impressão que tive desse lado do Danúbio foi a de uma cidade enorme e histórica. Vi alguns prédios dos séculos XIII e XIV. Para mim, uma tremenda antítese: como algo tão antigo, convive com tanta modernidade. Na minha cabeça, ia encontrar uma cidade histórica e pequena, como as cidades históricas de Minas.

Talvez por ter ido logo depois das festas de natal e ano novo, encontrei muitas garrafas de bebida nas ruas (aproveitam a neve para mantê-las geladas, que sortudos!). Muitos cigarros jogados no chão também. Peste não é uma das cidades mais limpas que conheci. Agora, se você assim como eu adora comer, esse é o lugar! Mas a comida é forte, gordurosa e, estranhamente, deliciosa. Tomei a famosa sopa goulash, comi o frango com páprica e dumplings e, o melhor de todos, mas que não sei o nome, um prato com carne de porco, repolho e uma capa de gordura… literal: o prato veio com uma capa de gordura por cima. Talvez fosse só de enfeite, mas comi e adorei.

                              

Durante o tempo que fiquei por lá, dois dias usei um desses ônibus de turismo para conhecer a cidade. Achei bem prático porque você vai por vários lugares, pode parar, descer, ouvir explicações dentro do ônibus, em português inclusive. Só não pude apreciar a vista na parte de fora do ônibus porque o frio estava puxado, não aguentei a brisa fresca que batia. Foi nesses passeios que atravessei o Danúbio e cheguei a Buda. Para mim, a parte mais bonita. Os monumentos e postos turísticos são fantásticos. Essa parte da cidade é menor e me pareceu mais limpa que Peste. A parte mais linda e também a mais alta de Buda é a Citadella onde podemos ter a melhor vista da cidade: Buda, Peste e o Danúbio. Falando em Danúbio, fiz o passeio de barco pelo rio para ver alguns pontos turísticos, inclusive o Parlamento que é maravilhoso. Há pouco tempo, li, com imensa tristeza o acidente que aconteceu justo próximo ao Parlamento deixando mais de 30 pessoas desparecidas.

Considerações pontuais sobre minha viagem a Budapeste:

 

  • Buda é mais bonito que Peste. É menor, mais limpo e parece mais conservado. Mas é em Peste que tudo acontece. Se você gosta de agitação, vai gostar de Peste.
  • A comida é deliciosamente calórica e a cerveja é uma delícia. Soproni foi a que mais bebi e mais gostei.
  • Só achei loja de suvenir no aeroporto, tudo muito caro.
  • Apesar de estarem na União Europeia, eles não usam o Euro, a moeda húngara é o Florim e vale, mais ou menos, 0,014 reais.
  • É uma cidade muito barata, menos no aeroporto.
  • Encontrei alguns vendedores um pouco mal-educados, sem muita paciência.
  • Impossível entender húngaro, algumas pessoas falam inglês.
  • Pela história, pela comida e pela paisagem (no inverno), volto fácil a Budapeste.
  • Depois que fui para lá, comecei a estudar mais sobre o lugar.
Foto

Paloma Chierici

Jornalista, professora e mãe de pet. Ama viajar e a liberdade que isso lhe proporciona. Dá aula de espanhol e português há mais de 1 década. Como jornalista, trabalhou em televisão, em empresas e em revistas.

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