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A rede estadual de ensino de Minas Gerais vai contratar psicólogos e assistentes sociais para acompanhar estudantes nas escolas

Por Denise Rodrigues Alves

Estão abertas, até 7/2/2022, as inscrições para as candidaturas ao Processo Seletivo Simplificado (PPS) da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) que busca profissionais de Psicologia e Serviço Social para fazer atendimento nas escolas. São ofertadas 460 vagas, sendo 230 para cada cargo, para atuar em núcleos distribuídos em diversos municípios de todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Consulte o edital completo e o local das vagas clicando aqui.

Segundo a assessoria de comunicação da SEE/MG, serão desenvolvidas ações que auxiliem as escolas no processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de prevenir e minimizar os problemas educacionais, além de orientar a equipe gestora na mediação de conflitos.

A importância deste tipo de profissional no contexto escolar é destacada pela assistente social Juliana Correa de Sousa, que é pós-graduanda em Serviço Social na escola. “Considero extremamente necessário a inclusão dos profissionais de Serviço Social e Psicologia no âmbito escolar. Existem várias demandas nesses espaços e que os professores e pedagogos desempenhavam o papel de nós profissionais, sem ter uma preparação e capacitação para atendê-las. Eu tenho familiares e amigos que são professores da rede pública de ensino e que trazem em conversas as dificuldades em sanar alguns episódios que ocorrem durante aulas e eles não sabem resolver”, comentou ela.

Cada núcleo contará, no mínimo, com um psicólogo e um assistente social. De acordo com a SEE/MG, o quantitativo de profissionais levará em consideração o número de escolas estaduais localizadas no município. As Superintendências Regionais de Ensino serão as responsáveis por organizar a implementação dos núcleos, de acordo com a necessidade de atendimento. Serão priorizadas cidades cujas escolas e regionais tenham mais registros de situações de violação de direitos dos estudantes na rede estadual.

“Como todo campo de trabalho que se abre existem muitos desafios a serem vencidos, espera-se que este profissional que se proponha a ocupar a função de psicólogo junto as escolas compreendam a importância de se identificar tanto com a psicologia escolar quanto com a psicologia social. Pois neste campo tais conhecimentos são fundamentais, conhecer o ambiente escolar no âmbito da aprendizagem assim como nas interações sociais, nas relações  que se estabelecem na escola e fora desta, são de suma importância. Entende-se que neste trabalho a tríade escola, família e profissionais deve subsidiar o trabalho da psicologia”, comentou a psicóloga Tandrécia Cristina Oliveira.

Os interessados devem se inscrever e também enviar a documentação pela internet, por meio do formulário disponível no endereço www.pss.educacao.mg.gov.br. O edital de contratação foi retificado (e publicado no Diário Oficial de Minas Gerais de 31/1 e retirou a obrigatoriedade da apresentação de comprovante de registro no Conselho Classe no ato da inscrição. O contrato será de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

Para os profissionais da área, a iniciativa é relevante para ajudar o estudante. “Além do reconhecimento da profissão, a presença deste tipo de profissional nas escolas públicas contribuirá para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que tanto o Serviço Social quanto a Psicologia são profissões que dispõem de conhecimentos importantes para atuar em questões ligadas às relações nas escolas, às famílias, no enfrentamento da violência e culminando na redução da evasão escolar. Cabe destacar que o assistente social precisa conhecer a realidade que o estudante está inserido para identificar situações de vulnerabilidade social e de violação de direitos. Desta forma podem montar estratégias para propor intervenções que trarão benefícios para o estudante na escola, na família e na comunidade, além de articular a rede de educação e ajudar no fortalecimento de vínculos. Portanto, deve contribuir para com ações que tornem a educação como uma prática de inclusão social, de formação da cidadania e emancipação dos sujeitos sociais”, explicou a assistente social Cristina Abreu.

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Denise Rodrigues Alves

Sou jornalista, advogada e mestranda em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce, no leste de Minas Gerais. Sou natural de Nanuque e moro em Governador Valadares. Gosto de ler e de pesquisar.

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